ATA DA DÉCIMA NONA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-12-2001.

 


Aos dezenove dias do mês de dezembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Fernando Záchia, Helena Bonumá, João Antonio Dib e Raul Carrion, Titulares, e Sofia Cavedon, Não-Titular. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Quinta Reunião Ordinária e das Atas Declaratórias da Décima Sexta e Décima Sétima Reuniões Ordinárias que, juntamente com as Atas da Décima Segunda, Décima Terceira e Décima Quarta Reuniões Ordinárias, deixaram de ser votadas face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Informações nº 226/01 (Processo nº 4643/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 600, 601 e 603/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Vereador Sebastião Melo, através de Questão de Ordem, solicitou informações sobre a composição da Primeira Comissão Representativa. Às nove horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando informações sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 036/01, que determina que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre disponibilize aos Senhores Vereadores senhas de acesso aos sistemas eletrônicos de controle orçamentário no âmbito da Administração Direta e Indireta do Município, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre as normas que regem a sanção de leis aprovadas nesta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre a rejeição, ontem, pelo Senado Federal, de Proposta de Emenda Constitucional que autoriza as Prefeituras Municipais a instituírem contribuição para financiar os serviços de iluminação pública. Também, criticou a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal, notadamente no que se refere à implantação de políticas tributárias. O Vereador Adeli Sell defendeu o governo do Partido dos Trabalhadores na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, afirmando que as contas do Executivo Municipal se encontram saneadas e os comprometimentos financeiros estão sendo honrados nos prazos previstos. Ainda, informou ter recebido ameaças anônimas contra a sua integridade física, mencionando invasão praticada contra estabelecimento comercial de Sua Excelência. O Vereador Cassiá Carpes externou seu apoio à rejeição da Proposta de Emenda Constitucional que autoriza as Prefeituras Municipais a instituírem contribuição para financiar os serviços de iluminação pública, declarando que a população não pode ser onerada com mais tributos. Também, declarou seu posicionamento contrário a qualquer iniciativa que vise ao aumento de impostos no Município de Porto Alegre. O Vereador Ervino Besson discorreu sobre o ingresso do Vereador José Fortunati no Partido Democrático Trabalhista, referindo-se ao lançamento da candidatura desse Vereador ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Ainda, teceu considerações sobre os índices de violência verificados em Porto Alegre e nos municípios da Região Metropolitana, principalmente no que se refere aos crimes praticados contra microempresas e empresas de pequeno porte. O Vereador Raul Carrion informou que apresentará Requerimento, solicitando a constituição de uma Comissão Externa para acompanhar o processo eleitoral para a direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre - SIMPA. Também, analisou dados atinentes à efetividade de Sua Excelência na Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo para investigar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. O Vereador Carlos Alberto Garcia pronunciou-se relativamente ao Decreto Estadual nº 41.274/01, que vincula o Colégio Tiradentes à Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, manifestando seu apoio à iniciativa da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul no sentido de se contrapor a essa ação. Também, discorreu sobre a fundação do Colégio Tiradentes, bem como acerca das atividades pedagógicas desempenhadas nessa instituição. Às dez horas e vinte e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia e Ervino Besson e secretariados pelos Vereadores Helena Bonumá, Ervino Besson e Adeli Sell, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Estão abertos os trabalhos da presente Reunião.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Bom-dia a todos, um esclarecimento: consto como suplente. Na medida em que houve mudança de partido, eu tenho dúvida. Este Vereador é suplente ou é titular dessa Comissão Representativa, porque o Regimento diz que quem é da Mesa é da Mesa, portanto o Ver. Fernando Záchia é da Mesa, é da representação, e que os partidos terão representação proporcionalmente. Por que este Vereador é suplente se a Bancada só tem dois Vereadores e um está na Mesa. Eu queria saber se efetivamente sou titular ou sou suplente; se sou suplente, não vou participar da Reunião, agora eu acho que há um equívoco aí e eu gostaria que a Diretoria Legislativa pudesse esclarecer essa questão.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Daqui a pouco esta Presidência vai fazer uma consulta à Diretoria Legislativa e informará a Vossa Excelência.

(O Ver. Fernando Záchia assume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 09h40min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

COMUNICAÇÕES

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, a minha saudação, bom-dia! Sr. Presidente, há um Projeto de minha autoria referente à senha, que foi para sanção do Sr. Prefeito, e a nossa Lei Orgânica, no art. 77, diz que o Sr. Prefeito tem 15 dias para sancionar o Projeto de Lei. E esse prazo venceu anteontem e eu fui ao Protocolo e, evidentemente, o Sr. Prefeito não o mandou de volta dizendo que havia vetado o Projeto. Portanto, a lei diz que, quando silencia-se o Prefeito, o Presidente da Câmara promulga a lei. A Diretoria Legislativa disse que houve um telefonema dizendo que ia ser vetado o Projeto e, portanto, não veio. Eu considero que isso não está no regramento da ordem legal da Lei Orgânica e muito menos regimental. Por isso estou requerendo a V. Ex.ª que promulgue este Projeto de Lei, porque, na verdade, o Prefeito não comunicou no prazo legal que não havia sancionado o Projeto. Este é o motivo do meu Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Sebastião Melo, este Presidente, com clareza, tem o objetivo de cumprimento do Regimento. Se o Prefeito, no seu prazo regimental, não manifestou interesse em sancionar esta lei, que por telefone teria dito... Não, o que vale, evidentemente, são documentos. Passando o prazo regimental, este Presidente, automaticamente, promulga a lei.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, uma nuvem sombria que pairava sobre esta Casa foi afastada pela inteligência do Senado da República. O Prefeito já havia anunciado a convocação extraordinária desta Casa para que se analisasse a taxa de iluminação. Ontem o Senado rejeitou. Sinto-me meio preocupado de falar contra a taxa de iluminação, porque, no passado, há 30 anos, quando cheguei nesta Casa, defendia a taxa de iluminação. Eu defendia a taxa de iluminação para a ampliação da rede de iluminação da Cidade, para que toda a Cidade ficasse iluminada e a taxa valeria por cinco anos. Agora, para pagar o consumo, eu acho um absurdo. De qualquer forma, nós fomos liberados. Os Prefeitos do Partido dos Trabalhadores sempre têm pressa quando se trata de tomar o dinheiro do contribuinte. Eles têm tanta pressa que, às vezes, apresentam mal um Projeto, como aconteceu em 1999, quando, no dia 23 de dezembro, foi aprovado que as Prefeituras receberiam o ISSQN sobre o pedágio. O tão malfadado pedágio para o Dr. Olívio, que dizia que “ele era o caminho e o Britto, o pedágio”. Agora, todos eles querem tomar dinheiro do pedágio. A pressa era tanta, da Prefeitura de Porto Alegre, que ela não soube nem fazer o Projeto de Lei e esta Casa rejeitou; rejeitou porque não sabiam fazer, assim como rejeitamos o IPTU, porque também não souberam apresentar. Na verdade, do ISSQN e do pedágio, estava-se procurando receber a parte que competiria a Porto Alegre, mas a Prefeitura, na pressa, queria tomar os 5%. Depois veio aqui, explicou novamente, no ano seguinte, no ano de 2000, e o Projeto foi aprovado por unanimidade, porque não estávamos criando nada; já estava criado. Nós apenas estávamos autorizando a Prefeitura de Porto Alegre a receber a parte que lhe competia. A Prefeitura tem muito dinheiro e não tem nenhuma necessidade de cobrar mais impostos. Pode até cobrar bem, se for o caso, o IPTU, que cobra muito mal, porque lança mal também, e os advogados estão aí exatamente para coibir os abusos dos homens do Executivo Municipal que não cumprem a legislação vigente. A Ver.ª Sofia Cavedon me olha assustada, mas é verdade, Vereadora; juram cumprir a Lei Orgânica e passam por cima dela.

A Prefeitura de Porto Alegre em dez meses arrecadou, se eu fizer a eliminação da rubrica “receitas de capital”, que a Prefeitura coloca todos os anos e o Tribunal de Contas chama a atenção todos os anos de que ela nunca as realiza, se eu retirar essa rubrica, em dez meses a Prefeitura arrecadou 97% do que vai arrecadar em doze. Numa análise dos valores que a Prefeitura mantém - e isso foi publicado anteontem no Diário Oficial - no sistema bancário. A Prefeitura que sempre fala mal dos banqueiros mantém uma soma fabulosa no sistema bancário; eu não entendo. Por que não aplica esse dinheiro que está sobrando em obras que estão faltando? Não, a Prefeitura fala mal dos banqueiros e aplica o dinheiro no sistema financeiro. Em 30 de junho, tinha 208,5 milhões; em 31 de agosto, tinha 212,5 milhões, e, em 31 de outubro, tinha 213 milhões de reais no sistema bancário; sendo que, desses, 135 milhões são aplicações. Vinte e dois milhões e meio são contas vinculadas, é aquele dinheiro que vem do BID para pagar as obras da III Perimetral. E, pasmem, quase 48 milhões estão depositados no banco, não sei se têm algum rendimento ou não, é conta corrente, acho que não têm rendimento. São 48 milhões; é muito dinheiro! E a folha de outubro já estava paga quando foram dados a conhecer esses valores.

Vou encerrar, Sr. Presidente, apenas com uma surpreendente informação que a Lei de Responsabilidade Fiscal faz, obrigando os Prefeitos a nos informarem o que acontece. Disponibilidade de caixa do regimento próprio de previdência dos servidores: 7 milhões, 538 mil estão depositados, três meses. O Montepio, com 38 anos, alega ter 70 milhões de patrimônio e, nesses três meses, foram pagas, na integralidade, as pensões. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho a honra de falar em nome da Bancada PT, em tempo de Comunicação de Líder. Temos uma preocupação muito grande a partir das questões levantadas pelo Ver. João Antonio Dib. Primeiro, não havia convocação extraordinária. Sei que houve uma reunião na FAMURS, ontem, e, se houvesse a decisão de reunião extraordinária, não seria apenas em Porto Alegre. Todos os partidos... E o Presidente Pipa Germano, do Partido de Vossa Excelência, faria a mesma coisa que o Prefeito Tarso Genro faria. Portanto, nisso, “estamos no mesmo barco”, Ver. João Antonio Dib, se fosse o caso. Mas não é o caso, não haverá.

Quanto à questão do demonstrativo das disponibilidades de caixa, somos obrigados a insistir com o Ver. João Antonio Dib. Uma Prefeitura saneada, uma Prefeitura que tem responsabilidade com o povo cuida do dinheiro e paga as contas em dia, para não ter juros, para não ter problemas com o SERASA. Caso contrário, não há financiamento, como várias prefeituras não têm, Ver. João Antonio Dib - essa é a questão. E aí nós temos, sem dúvida nenhuma, um controle administrativo, graças a Arno Augustin - esse controle vem desde o seu tempo -, que o senhor conhece, que controlava o caixa da Prefeitura; graças a Odir Tonollier, e agora, ao meu amigo José Eduardo Utzig. Mas essa discussão continua, e, no ano que vem, quando espero estar com V. Ex.ª na Comissão de Economia, nós vamos fazer, mensalmente, o debate sobre a prestação de contas.

Também pedi licença à liderança da minha Bancada para tratar de um tema muito pessoal meu. Eu recebi, pelo correio, ontem, mais uma carta provocativa e com ameaças. A Ver.ª Sofia Cavedon e outros Vereadores já receberam cartões, cartas - a letra me parece ser a mesma -, só que agora as ameaças são grandes, fala-se inclusive em comprar revólver, a assinatura é de uma pessoa que não existe, e o endereço não existe. Francisco Leonardo Truda, 55, não existe, e o nome de quem assina é uma composição de dois nomes de pessoas amigas; portanto, essa pessoa conhece a minha vida. Eu tenho a minha loja há dezesseis anos no Viaduto Otávio Rocha. Pela primeira vez foi arrombada, e de forma muito estranha, sendo que deixaram um recado muito claro no meio dos livros - todo mundo sabe que eu tenho uma loja de livros usados, um sebo no Viaduto Otávio Rocha -, queimaram papéis, uma conta de luz e outros objetos, na minha opinião um claro indicativo... Infelizmente o funcionário da minha loja não me tinha dito que, na semana passada, uma pessoa tinha feito algum tipo de ameaça. Eu quero dizer àqueles que me fazem ameaças – e não são as primeiras que recebo neste ano, porque, recentemente, tive também os pneus do meu carro cortados; ficou comprovado que foi um “flanelinha“ na Praça da Matriz - que continuarei o ano de 2002 na minha luta pela tolerância zero com as ilegalidades.

Queria parabenizar a Prefeitura de Porto Alegre pelo fechamento de um depósito, daqueles que eu vinha dizendo aqui nesta Câmara que existiam no Centro da Cidade. A Prefeitura mostrou que, junto com a Secretaria da Fazenda e do Estado e a Receita Federal, é possível coibirem-se essas questões. Disse, na semana passada, publicamente, que houve um derrame, em Porto Alegre, de produtos que são vendidos por 10 quando o preço de custo é 13; houve ontem uma comissão de comerciantes da Voluntários da Pátria que veio aqui para dizer que houve um derrame de relógios, de óculos de grau, cuja venda é proibida em bancas de camelôs; relógios também, jóias também; e lá estavam. Um dos fornecedores é esse. Estou passando, hoje, para o Secretário Cesar Alvarez, com quem conversei ontem, mais um endereço - e esse é o pior de todos, é onde há comprovação de produtos roubados, receptados e desmanchados. Provavelmente o computador que me roubaram está lá também. Nós não daremos trégua! Tolerância zero com as ilegalidades! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, penso que ontem o Senado deu uma demonstração de diferença de posicionamento. Quem sabe, os deputados federais envolvidos com os Prefeitos Municipais tentaram fazer uma média nacional, empurrando para as Câmaras Municipais a tarefa de coibir ou aprovar mais uma taxa para o cidadão brasileiro, especificamente dos municípios: a taxa de iluminação pública. Os Deputados erraram o cálculo, Ver. João Antonio Dib; preocuparam-se muito em agradar aos Prefeitos, mas jogaram a responsabilidade lá para os municípios, para as Câmaras Municipais. Os Senadores, com amplitude maior, tiveram a sábia decisão de vetar essa possibilidade, porque nós já estamos cheios de taxa disso, taxa daquilo, impostos daqui e dali. Recentemente, aqui, íamos vetar o aumento do IPTU, e aí o Prefeito Municipal de Porto Alegre retirou o Projeto, porque iria ter, nesta Casa uma derrota de 20 a 22 votos contra. Isso prova que nós estamos cansados, a população está cansada de impostos, de taxas que venham a onerar ainda mais o cidadão brasileiro. Portanto, foi uma decisão sábia do Senado, que vai dar toda a tranqüilidade para que nós possamos exercer com franqueza, com determinação, o nosso poder de decisão na Câmara Municipal.

Só para vocês terem um exemplo, ontem recebi uma ligação de um contribuinte da Vila Nova. Aquela região estava sujeita a não pagar IPTU, porque lá as melhoras que foram feitas não solucionaram os problemas daquela região: as ruas alagam com qualquer chuva. Nós sentimos que, além de o cidadão estar sentindo no seu bolso os impostos, está-se manifestando, está mostrando indignação com as coisas que muitas vezes se fazem por meio da força política, por meio dos gabinetes políticos, por intermédio de Prefeitos, que têm de criar outras alternativas, alternativas convincentes, mas que não toquem mais no bolso do contribuinte.

Portanto, o aumento do IPTU... Ontem me surpreendeu uma matéria no jornal O Sul que dizia que as lideranças tinham acertado para, em 2002, votar o IPTU nesta Casa. Quero dizer que não participei de nenhuma reunião, como Líder do Partido Trabalhista Brasileiro nesta Casa, em que se tenha feito esse tipo de explanação para que nós pudéssemos, em 2002, aprovar o IPTU. Sou contra qualquer tipo de aumento excessivo, até porque o Governo Municipal dá de 6% a 8% de aumento. Os técnicos-científicos estão reclamando o aumento baixo de 6% ou 8%. Então, é incoerente a posição do Executivo.

Hoje fiz uma matéria, que está no jornal O Sul também, em que eu contesto a direção nacional do meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro. O Dep. Martinez, do Paraná, quer criar o cargo de Senador Vitalício para Fernando Henrique e, conseqüentemente, para outros Presidentes. Não! Nós estamos aqui pelo voto direto e secreto do povo brasileiro. Portanto, esse tipo de projeto não pode passar na Câmara Federal. Se o Presidente Fernando Henrique quiser-se candidatar tem todo o direito, não mais a Presidente, mas que se candidate a Senador, por São Paulo ou por qualquer outro Estado da Federação, e que seja eleito pelo voto do povo. Casuísmo, não. O Brasil cansou disso! Senador biônico, não, Ver. Raul Carrion! É no voto; na democracia, é no voto. Portanto, somos contra esse posicionamento do Deputado Federal do Paraná.

Por sinal temos muitas divergências sobre o PTB de outros Estados. O nosso PTB do Rio Grande é trabalhista e vai-se manifestar no momento certo. Inclusive o nosso Deputado Federal Edir Oliveira votou contra a mudança da CLT, porque queremos mais discussão e não o prejuízo do trabalhador. Esse é o posicionamento do Ver. Cassiá Carpes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria saudar todos.

Hoje, nesta Reunião Representativa, no final do ano 2001, eu gostaria, neste momento em que estou usando a tribuna, de falar de coisas boas para o nosso povo, para a nossa população, que nos assiste pela TV Câmara. Por exemplo, coisa boa é como a que está acontecendo no PDT com a vinda do Ver. José Fortunati. Nós temos acompanhado algumas reuniões a que o Ver. José Fortunati tem ido, onde ele tem tido uma aceitação que nos comove de uma forma excepcional. O que aconteceu, no domingo, em Novo Hamburgo, foi emocionante. Fortunati é um dos políticos que tem um trânsito tão elevado, um espírito político tão grande, que tem penetração praticamente em todos os partidos. Isso é uma coisa que nos conforta, são atos que nos deixam muitos satisfeitos, Ver. Cassiá Carpes. E digo, nesta tribuna - e vamos ter oportunidade de nos manifestar mais vezes -, que o Ver. José Fortunati vai ser um desses políticos que vai trazer muita alegria para o nosso povo, para o nosso Rio Grande.

Agora, eu vou para o lado triste. Eu não me queria, pelo menos no fim deste ano, pronunciar-me mais, desta tribuna, a respeito da violência na nossa Cidade. Mas eu tenho sido procurado por tantas pessoas que me conhecem, principalmente os pequenos e médios empresários, e eles não têm mais a quem apelar. Eles sabem que este Vereador tem um trabalho, ao longo do tempo, inclusive faz parte da CONSEPRO da Vila Nova - Conselho Comunitário para a Segurança Pública -, e eles se socorrem deste Vereador. É uma coisa que está acontecendo em Porto Alegre e penso que em todos os municípios vizinhos da Grande Porto Alegre, que é assustadora. Diariamente, Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, dezenas e dezenas de pequenos e microempresários de Porto Alegre são assaltados de uma forma cruel, com uma crueldade impressionante! Alguém disse que a criminalidade em Porto Alegre diminuiu. Mas pelo amor de Deus! Pelo contrário, houve um crescimento assustador, Ver. Adeli Sell. É uma barbaridade, Ver. Beto Moesch, Ver. João Antonio Dib, o que está acontecendo em Porto Alegre. Ontem à noite, tivemos contato com alguns empresários, e é assustador a forma como eles estão trabalhando, atendendo aos seus comércios. Nunca houve, na história, tamanha insegurança como a que está acontecendo hoje em Porto Alegre. Está nos jornais. Na Zero Hora de ontem, por exemplo, li sobre esse modelo que levou a sua esposa e a filha na Rodoviária e, ao retornar à sua residência, foi assassinado em um assalto relâmpago. É lamentável, mais uma vez, como já disse no início, ter que usar esta tribuna para falar da nossa insegurança.

Fica mais uma vez este alerta para que as nossas autoridades se dediquem de uma forma total para que os pequenos e médios empresários da nossa Cidade, pelo menos no fim de ano, tenham um pouco mais de tranqüilidade para que possam permanecer com o seu comércio aberto para atender aos seus clientes. Porque sabemos que é uma temporada em que eles conseguem ter uma melhor venda e assim podem ter recursos para saldar as suas despesas. Queira Deus que esse quadro mude. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar saudamos o Ver. Carlos Alberto Garcia que neste momento preside os nossos trabalhos, demais Vereadores presentes que, nesta primeira reunião da Comissão Representativa, aqui estão para debater os problemas da Cidade. Vou falar de forma muito breve sobre duas questões. A primeira é que nós tivemos o pedido, através de inúmeras lideranças municipárias aqui de Porto Alegre, de que esta Câmara constituísse uma Comissão Externa, Ver. Cassiá, para acompanhar o processo eleitoral do SIMPA, que inicia no dia de hoje e que irá concluir nesse sábado, devendo votar milhares de municipários. E, no caso, há a preocupação de que esta Casa acompanhasse, para maior lisura e transparência possível do pleito. Já ocorreram alguns fatos graves, o Presidente da Chapa 2 foi baleado com três tiros e, inclusive, a Chapa 2 foi impedida de concorrer. Portanto, existem duas chapas: Chapa 1 - chapa da situação - e a Chapa 3. Está prevista a votação para ser feita numa única urna, apesar de sabermos a dimensão da categoria municipária. E esta única urna estará situada no Sindicato dos Municipários, o que também dificulta, de certa forma. Nós sabemos a extensão da Cidade, dos órgãos municipais, mas é um fato. Como está-se dando o processo eleitoral, e, em função disso, eu acabo de encaminhar um Requerimento assinado, onde dizemos: “O Vereador que abaixo subscreve vem solicitar a constituição de Comissão Externa para acompanhar o processo eleitoral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA - a realizar-se de 19 a 22 de dezembro de 2001”. Evidentemente que esta Comissão não terá nenhuma posição para A ou para B, mas, simplesmente, aquela transparência que nós queremos, que a Cidade de Porto Alegre quer, que os municipários querem. Eu tive oportunidade de falar com diversos Vereadores aqui presentes, que concordaram com a proposta. Então, estarei submetendo, na Ordem do Dia, esta votação e espero o apoio de todos. Esta é a primeira questão que queríamos referir.

A segunda questão, e até com o objetivo de colocar uma pedra por cima do tema que me levou já a me manifestar na Sessão passada, é dizer que recebi a efetividade da CPI, onde foi questionada a presença deste Vereador, e pela efetividade aqui apresentada, este Vereador em vinte e duas reuniões tem unicamente três ausências. É um documento da Secretaria da CPI. Ainda queria referir que dessas três ausências, uma foi de uma reunião que foi suspensa – tenho aqui o documento de que ela foi suspensa. A outra é de uma reunião que não se realizou por falta de quórum. Diria que persiste uma falta deste Vereador, que ocorreu em uma ocasião em que comunicamos a impossibilidade de presença, solicitando a presença de um suplente, que, aliás, é uma criação fora do Regimento. Na verdade, de sã consciência, este Vereador considera que não tem uma única falta. De toda forma, muito longe do que alguns meios de comunicação divulgam, erroneamente informados por alguém desta Casa.

Creio que está esclarecido, não voltarei mais ao assunto porque considero um assunto irrelevante para esta Casa, mas, infelizmente, algumas vezes temos que nos manifestar.

Agradeço a que os Vereadores tenham acompanhado o nosso pronunciamento. Estou encaminhando o pedido e contando com todos para a aprovação da Comissão Externa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje está estampado nos jornais de nossa Cidade aspectos que têm de ser discutido por nós, Vereadores, principalmente os ligados à área educacional. O Sr. Governador assinou um decreto relativo ao Colégio Tiradentes, em que, a partir do próximo ano, aquele Colégio, que é ligado à Brigada Militar, deixará de ter essa vinculação com a Brigada Militar. Inclusive saiu hoje na imprensa que o Colégio Tiradentes dá adeus às fardas. O representante da Secretaria de Educação coloca que esta Escola não está ligada a um sistema educacional, e é por isso que ela quer-se incorporar ao sistema da Secretaria da Educação. Este Vereador quer fazer um relato. A Escola Tiradentes foi criada em 1980, e, este ano, atinge a sua maioridade de 21 anos; é uma escola de qualidade, por excelência. Esse modelo talvez fosse servir de parâmetro para o nosso sistema educacional. Temos de saber como se consegue, em uma escola pública, gratuita e de qualidade, ter aquele nível de ensino. Tínhamos de pesquisar e saber o que está ocorrendo no Colégio Tiradentes, que, em 1995, obteve o primeiro lugar no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e que, todos os anos, está entre as dez melhores escolas do Estado em índice de aprovação no vestibular. Será que essa Escola vai sofrer isso? Ou será que está sendo penalizada pelos seus altos conceitos? Eu acredito que temos de fazer essa discussão. Esperamos que o Sr. Governador revise a questão desse seu Decreto, porque temos de saber o que está ocorrendo em nosso Estado, que tem uma escola estadual que consegue produzir tantos frutos.

Eu quero fazer um relato de cunho pessoal. Os últimos três Comandantes, que foram, depois, diretores do Colégio Tiradentes, hoje são diretores de grandes escolas particulares de Porto Alegre. O atual Comandante, o Major Maurício, que, com muita satisfação, foi meu aluno na Faculdade de Educação Física do IPA, é uma pessoa preparada para estar no posto. Ele não é civil; é militar, mas tem a formação docente, está preparado para aquela função. Pode-se dizer que o Tiradentes consegue aquele alto índice porque pegou os melhores professores do Estado e os levou para sua escola, ou porque é uma escola com um número diminuto - são cento e oitenta alunos -, mas que, ao mesmo tempo, tem uma procura, cada vez que abrem as inscrições, de quinze a vinte alunos por vaga.

O que queremos, neste momento, é conclamar a Secretária da Educação, o Sr. Governador do Estado para que revisem esse Decreto, e que, ao mesmo tempo, coloquem o seu pessoal da Secretaria de Educação para um olhar diferente para esse Colégio, e tentar ver por que este Colégio consegue altos índices sendo uma escola pública; se é uma escola pública, não se paga. Nós temos que pegar determinados modelos e ampliar, tentar ver, e, ao mesmo tempo, essa é uma prova concreta de que se pode, sim, trabalhar com alta qualidade. Podemos dizer: “Ah, mas é uma escola militarizada.” Mas eu sempre volto a dizer que ela está baseada em princípios de hierarquia e disciplina, e muitas vezes o que falta na nossa sociedade é exatamente isso. A nossa sociedade, ao longo do tempo, perdeu o referencial. Encarecemos, novamente, o pedido e vamos tentar agendar uma reunião com a Secretária de Educação para que esse Decreto do Governo seja retirado, para que a Escola possa continuar na plenitude do seu exercício. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h24min.)

 

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